quinta-feira, novembro 04, 2004

( texto de Cláudia Costa )

Os assuntos das últimas três aulas da disciplina de Biologia foram:
- A Teoria nebular da origem do Sistema Solar;
- Os Planetas do Sistema Solar;
- Os asteróides, cometas e meteoróides;
- A Terra – Planeta geologicamente activo.
Falámos então sobre a Teoria nebular reformulada, que de todas as teorias sobre a origem do Sistema Solar é a mais aceitada e a mais coerente.
Segundo essa teoria, no local onde agora existe o Sistema Solar existia uma enorme nébula formada por gases e por uma poeira muito difusa, esta teoria leva-nos a crer que o Sistema Solar teve origem, ou seja, génese nessa poeira, devido ao aumento do arrefecimento e ao aumento da acreção em que as partículas maiores atraíam as mais pequenas, verificando-se a colisão (que aumentava a quantidade de energia nas partículas) e o aumento das dimenções das partículas, surgindo assim os planetesimais, os protoplanetas e, finalmente, os planetas.
Esta teoria explica também a existência de dois tipos diferentes de planetas: os Planetas Telúricos (ou Interiores, assim designados por terem parecenças com a Terra, por serem rochosos e pesados), e os Planetas Gigantes (ou Exteriores, planetas gasosos e com baixa densidade) bem como a sua localização em relação ao Sol. Segundo a Teoria nebular reformulada o aparecimento de dois tipos de planetas deve-se ao facto das partículas, aquando a acreção, se encontrarem mais (ou menos) próximas da estrela em formação (proto-sol); então, quanto mais próximo do proto-sol mais elevada é a temperatura, mais lento é o arrefecimento e quanto mais lento é o arrefecimento mais pesados são os planetas logo os planetas mais pesados encontram-se no grupo dos planetas internos e os planetas gasosos no grupo dos planetas externos.

Agora que sabíamos que os planetas se dividiam em dois grupos (separados pela cintura de asteróides) analisámo-los um a um:

Planetas Telúricos:

Mercúrio: este planeta não tem agentes erosivos (excepto os meteoritos), tem uma superfície rochosa com crateras formadas pela queda de meteoros, não tem atmosfera (pois está muito próximo do Sol e como é um planeta muito leve não tem força para a manter) e tem uma variação de temperatura muito elevada devido à duração do dia (três meses), a proximidade do Sol (58000000 km) e a inexistência de atmosfera.

Vénus: a sua atmosfera muito densa e volumosa é constituída por dióxido de carbono, por azoto e por pequenas quantidades de água, favorável à formação de ácidos (ex: acido clorídrico e acido sulfúrico) bem como de nuvens corrosivas; esses gases são provenientes do interior do planeta. Há formação do efeito de estufa. A sua rotação é retrógrada (ao contrário dos outros planetas).

Terra: sendo o único planeta conhecido com água nos três estados (líquido, sólido e gasoso) é também o único onde existe vida (animal e vegetal); tem uma atmosfera favorável à existência de vida. É um planeta geologicamente muito activo (existência de actividade sísmica e vulcânica, formação das rochas, movimento das placas tectónicas…). Tem um satélite natural: a Lua.

Marte: a temperatura é baixa devido à distância a que está do Sol, tem calotes de gelo e vulcões, sendo o Monte Olimpo o maior de todos (e também o maior do Sistema Solar), tem também grandes vales largos e profundos. Marte tem dois satélites naturais: Fobos e Deimos, eles têm uma forma excêntrica que os faz parecer uma batata (estes satélites têm ainda uma outra particularidade: a sua baixa densidade , que nos leva a crer que são ocos).

São estes os planetas telúricos cujas principais características são:
- Serem essencialmente constituídos por materiais rochosos;
- Terem uma elevada densidade;
- Terem um diâmetro inferior ou sensivelmente igual ao da Terra;
- Terem sido alterados por impactos que geraram crateras.

Planetas Gigantes

Júpiter: É o maior planeta do Sistema Solar, sendo dez vezes maior que a Terra mas sendo menos denso que esta pois é formado basicamente por hidrogénio, hélio e uma pequena quantidade de metano, amónia e água. Tem dezasseis satélites naturais, sendo Io, Europa, Ganimedes e Calisto os mais conhecidos.

Saturno: É muito semelhante a Júpiter quer na sua constituição quer na sua estrutura interna. Este planeta é muito conhecido devido aos seus grandes anéis bem visíveis (os anéis são poeiras aglomeradas e congeladas que, pensa-se, não se aglomeraram ao “planeta” aquando a sua formação). Tem dezoito satélites, o mais conhecido é Titã (o maior satélite natural do Sistema Solar).

Úrano e Neptuno: Estes dois planetas são muito semelhantes e devem a sua cor azulada à existência de metano nas suas atmosferas. Tal como Saturno ambos têm anéis embora não sejam tão visíveis. São, como todos os Planetas Gigantes, constituídos por gases e no seu interior existe um pequeno núcleo rochoso. (Úrano, tal como Vénus, tem rotação retrógrada).

Plutão: É o planeta do Sistema Solar que menos conhecemos, tem uma órbita excêntrica que penetra na órbita de Neptuno, o que faz com que nem sempre seja o planeta mais exterior do Sistema Solar. Tem um satélite: Caronte. (Há quem diga que Plutão e Caronte são “ex-satélites” de Neptuno).

São estes os planetas gigantes cujas características são:
- Possuírem diâmetros bastante superiores aos dos planetas telúricos;
- Terem baixa densidade;
- Serem essencialmente formados por gases.
Mas o nosso Sistema Solar não é só formado por (pelo menos) nove planetas, os satélites naturais desses mesmos planetas e uma estrela (a que demos o nome de Sol). O nosso Sistema Solar é composto também por asteróides, cometas e meteoróides.
Sobre os asteróides apenas sabemos que são pequenos corpos rochosos (os maiores não atingem os 1000 km de diâmetro e os menores são do tamanho de pequenos grãos de areia). A maioria dos asteróides localiza-se na cintura de asteróides (que se localiza entre o planeta Marte, o último planeta telúrico, e Júpiter, o primeiro planeta gigante) mas alguns, devido as suas estranhas órbitas, “entram” na órbita de outros planetas podendo ate atingir a superfície desses planetas.
Os cometas são constituídos pelo núcleo, pela cabeleira e pela cauda. O núcleo é constituído por rochas e envolvido normalmente por água e gases congelados; o núcleo pode atingir no máximo 10 km de diâmetro. A cabeleira e a cauda formam-se através do núcleo; com a aproximação dos cometas em relação ao Sol (ou com a intersecção da órbita de Júpiter) o núcleo aumenta e dilata libertando assim os gases que permaneciam em cavidades rochosas, esses gases exercem pressão fragmentando a rocha (às partículas sólidas e aos gases libertados que ficam presos em torno do núcleo dá-se o nome de cabeleira) com a aproximação ao sol o cometa torna-se mais luminoso e forma uma cauda, um prolongamento para o lado oposto do Sol, a cauda é oposta ao Sol devido ao vento solar. Ao longo da sua vida os cometas vão perdendo as suas dimensões, devido à fragmentação aquando a passagem por Júpiter e pelo Sol. O local conhecido onde há a maior acumulação de cometas é a Nuvem de Oort.
Dá-se o nome de meteoróides a qualquer corpo que entre na atmosfera terrestre e que se torna incandescente. Ao corpo incandescente dá-se o nome de estrela-cadente e ao rasto por ele deixado dá-se o nome de meteoro. Quando a estrela-cadente chega à superfície terrestre passa a chamar-se meteorito. A maioria dos meteoritos provém de cometas ou de corpos da cintura de asteróides. Os meteoritos são agentes erosivos de muitos planetas e satélites naturais do nosso Sistema Solar, provocando, na superfície em que caiem gigantescas crateras. No planeta Terra a cratera mais conhecida é a de Barringer no Arizona, EUA com 150 m de profundidade e 1200 m de diâmetro, no entanto existem crateras na superfície terrestre com mais de 200 km. Há três tipos de meteoritos: os sideritos, os aerólitos e os siderólitos, que são diferentes na sua constituição mineral mas que podem, facilmente ser distinguidos visualmente.
Voltando outra vez à Terra, estudamo-la como planeta geologicamente activo, vimos então que a considerávamos assim devido à erosão (alteração da superfície através dos agentes erosivos, onde o mais importante é a atmosfera) e ao seu interior magmático, com energia, energia essa que surgiu na Terra aquando a sua formação.
Mas se essa energia surgiu na Terra durante sua formação e a Terra teve (segundo a teoria nebular reformada) uma formação idêntica e a mesma origem que os outros planetas (embora com condições um pouco diferentes) porque razão é que o Planeta Terra ainda tem “energia interna” (sob a forma de calor) e os outros planetas não? A Terra ainda mantém alguma da sua “energia interna” pois é na Terra que existem e existiram condições para tal, durante a acreção (na origem), a energia cinética (da queda de planetesimais) foi convertida em calor (desse calor uma grande quantidade era irradiada para o Espaço mas uma parcela ainda considerável permanecia na Terra); a acumulação de matérias (acreção) tornou a Terra mais “pesada”, assim as zonas internas do planeta eram comprimidas, gerando calor. A existência de elementos radioactivos na Terra também explica a sua “energia interna” pois a desintegração desses elementos gera calor.(como este calor circula com dificuldade devido à fraca condutividade das rochas, fica armazenada no interior da Terra).

1 Comments:

At 5:57 da tarde, Anonymous Anónimo said...

o texto está bom, só é pena o tamanho

Diogo Vicente

 

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